A educação é na verdade um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. Sabemos que todas as profissões são importantes, porém nenhuma delas existe sem um mestre um educador. O Brasil precisa de ensino público de qualidade. E mais do que isso, precisa de professores qualificados para atuar nas escolas públicas. Não somente de pessoa que vá à escola e entre na sala de aula, mas de um profissional capaz e eficiente, que saiba e queira ensinar com qualidade ao aluno que está na sua turma.
No entanto, estes profissionais não aparecerão em um toque de mágica. O país somente conseguirá bons professores se investir verdadeiramente na formação e na valorização efetiva deste profissional que acaba tendo que “dar conta” de toda sorte de problemas socioculturais e, muitas vezes, até pessoais e de saúde, dos estudantes.
A receita é simples, população informada e culta é mais exigente e mais participativa no processo educacional. E não somente nas festas e campanhas para arrecadar dinheiro.
Gestores e professores mais eficientes saberão indicar os campos, áreas e profissionais que precisam de algum tipo de auxílio para conseguir resultados qualitativos. Sem mascarar notas ou usar de subterfúgios para omitir as dificuldades no processo e na aprendizagem de seus alunos.
O professor brasileiro precisa ir para a sala de aula, olhar para seu aluno verdadeiro e constatar que seus colegas dos anos anteriores fizeram um bom trabalho. Os alunos estão chegando nas séries finais do ensino médio sem saber ler e escrever.
Já inventaram até um novo conceito para este tipo de cidadão: o analfabeto funcional. Afinal, é funcional para quê? E os governos de todos os níveis continuam investindo em uniforme escolar, palestras sobre inclusão para que os professores ouçam que precisam dar atenção diferenciada ao diferente.
Mas quem seria o diferente no momento em que se analisa ensino de qualidade e valorização do professor? Ele precisa dar conta de ensinar o diferente e quem ensina o próprio profissional que é diferente?
Pesquisa divulgada no Boletim Na Medida, do INEP, em Setembro, mostra que os candidatos aos cursos de licenciatura no Brasil, especialmente de pedagogia, tiveram problemas de aprendizagem durante a educação básica. Ou seja, a má qualidade do nosso professor começa nas séries iniciais do ensino fundamental. E a profissão não é atraente para quem tem boa formação básica.
Além disso, muitos dos estudantes de cursos de licenciatura não querem ser professor por diversas razões. Entre elas, a indisciplina e desrespeito crescente de alunos e pais em relação ao professor.
Dar curso e pagar o “salário possível”, seguramente não é valorizar o professor. Valorizar significa respeitar e responsabilizar, remunerar e formar adequadamente, fornecer material didático adequado e em quantidade suficiente e, acima de tudo, criar nas escolas um ambiente propício ao ensino e à aprendizagem efetivos.
O professor deve ser bem pago para ensinar a aprender, repassar e avaliar os conhecimentos produzidos pela humanidade.
Valorizar o professor é construir uma escola totalmente voltada a ajudá-lo e defendê-lo de injustiças cometidas por alunos e pais contra ele.
Valorizar o professor é ter uma escola e uma comunidade atuando na defesa do direito principal do professor: ensinar e avaliar a aprendizagem de seu aluno.
Os bons profissionais somente deixarão suas vagas no mercado de trabalho, retornando à sala de aula, se a sala de aula realmente for lugar de ensinar e aprender para educadores e educandos.
É preciso fazer uma nova leitura do processo educacional e rever a escala de valores e investimentos.
Valorizar o professor é atribuir o valor que ele realmente tem na sociedade.
Valorizar o professor é devolvendo-lhe o lugar de REI ou RAINHA do templo do saber, que é a sala de aula e sua extensão: a escola e a sociedade.
Da redação.